Zaratustra para os persas, ou Zoroastro, para os, gregos que colocaram seu nascimento em 5.90O anos a.C. os persas em 2.20O anos a.C., mas a historiografia moderna, melhor documentada situa-o entre os séculos X a XV a.C. Seu nascimento, nas terras de Airyana-vaejo, o antigo "lar dos arianos" como o de todos os outros grandes avatares da humanidade, foi cercado por seus seguidores de uma infinidade de acontecimentos maravilhosos e milagrosos.Segundo eles, a concepção de Zaratustra deu-se por ato divino.
Seu anjo tutelar se incorporou à seiva da planta "haoma" o esta seiva passou para um sacerdote enquanto sacrificava no templo. Neste mesmo instante, um raio da glória divina entrou no seio de uma virgem de alta linhagem e o anjo, aprisionado pelo sacerdote, encarnou-se no raio assimilado pela virgem, e foi concebido Zaratustra.
Seu grande amor pela sabedoria e pela justiça fê-lo refugiar-se no deserto onde se alimentava de queijos o frutas.
Ali foi tentado pelo diabo, mas sem resultado.
Ao fim de sua longa vida, foi consumido por um raio e subiu ao céu.
Quando Zaratustra chegou a esta Terra com sua grande sabedoria, encontrou o povo inteiramente entregue a adoração de Mitra, o deus do sul, de Analta, deusa da fertilidade e de Haoma, o deus-touro que deu seu sangue pela humanidade. Os primitivos arianos o veneravam embebedando-se com a erva "haoma".
Revoltou-se contra essas orgias dionisíacas, desaprovou os sacerdotes "magi" e, com vigor, como Isaías e Amós, seus contemporâneos, ditou ao mundo a crença em um deus único - Ahura-Mazda - o senhor da luz e do céu.
Possivelmente foi Dario I que proclamou o zoroastrismo a religião oficial do Estado, declarando guerra aos velhos cultos.
O Zoroastrismo apresentou-se sob a forma de um monoteísmo puro, com seu deus supremo AHURA-MAZDA, e todos os outros deuses venerados passaram a ser uma manifestação das qualidades dele, que seria assim a soma de todos eles.
Apesar da introdução de Arimã e dos maus espíritos, a fé continuou monoteísta pura, igualmente como o cristianismo que, não obstante a introdução do Satã, os diabos menores e anjos, continuou monoteísta.
Ahura-Mazda, o Senhor da Luz, colocou na mão de Zaratustra o livro AVESTA, o Livro da Ciência e da Sabedoria, mandando que o pregasse ao gênero humano.
Esse livro, por um erro do mundo ocidental, passou a chamar-se "Zend-Avesta".
Consta que os originais do Avesta ocupavam doze mil couros, constituindo-se numa obra incrivelmente volumosa.
No século III a.D. o Rei Persa Vologeso I ordenou um completo de tudo o que restava das muitas devastações sofridas durante o correr dos séculos.
Os livros foram divididos em cinco partes:
1) Os YASNA, 45 capítulos de liturgia sacerdotal e 27 capítulos com revelações e discursos do Profeta.
2) Os VIPERED, 24 capítulos adicionais de liturgia.
2) Os VENIDAD, 22 capítulos sobre teologia e moral.
3) Os YASHTS, salmos, cânticos, lendas e poesias.
4) Os KHORDAK, AVESTA, ou pequenos Avesta, orações diversas.
Assim como o Velho Testamento, o Avesta é um conjunto de livros ecléticos em que dominam a devoção e os princípios morais. Ambos são considerados inspirados.
AHURA MAZDA, o Senhor da Luz, o Senhor Supremo, foi assim que Zaratustra o concebeu. Sua grande obra foi conceber o Deus único, como Supremo em relação a todas as outras coisas e seres existentes, quer acima como abaixo da terra.
Ahura-Mazda se vestia com a abóbada celeste, seu corpo era a Luz e a Glória Soberana, e o sol e a lua os seus olhos. Mas quando a religião se transferiu dos sacerdotes para os políticos, passou o Deus Supremo a ser considerado um rei de gigantesca majestade.
Criou o mundo em seis períodos (o do céu, o da água, o da terra, o das plantas, o dos animais e o do homem). Toda humanidade descendia de um casal primitivo. Mas no global, o mundo foi concebido em termos dualísticos, como campo de luta entre o bem e o mal, entre Ahura-Mazda e Arimã, num conflito cíclico de 12.000 anos.
O que leva à vida eterna são as virtudes, e estas, por excelência, são a pureza e a honestidade.
Zaratustra dava a vida comum do homem um significado e uma dignidade que não encontraria igual em qualquer organização religiosa dos séculos vindouros. Para ele os homens podiam escolher livremente entre o caminho da luz e o caminho da mentira.
Dessa concepção básica energia um princípio moral que tinha como centro a Regra de Ouro: "Não façais aos outros o que não quiseres que vos façam". O dever principal do homem, diz o AVESTA, é fazer do inimigo um amigo, do iníquo um justo e do ignorante um sábio. Os persas, segundo o historiador Heródoto, se consideravam os homens por excelência.
Não toleravam templos, nem ídolos, e os altares eram erigidos no alto dos montes, palácios, ou no centro das cidades.
O persa que levava vida piedosa e justa encarava a morte sem temor, mas para isso teria que ter sido um fiel guerreiro de Ahura-Mazda.