sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Um pouco sobre Zaratustra



Zaratustra para os persas, ou Zoroastro, para os, gregos que colocaram seu nascimento em 5.90O anos a.C. os persas em 2.20O anos a.C., mas a historiografia moderna, melhor documentada situa-o entre os séculos X a XV a.C. Seu nascimento, nas terras de Airyana-vaejo, o antigo "lar dos arianos" como o de todos os outros grandes avatares da humanidade, foi cercado por seus seguidores de uma infinidade de acontecimentos maravilhosos e milagrosos.Segundo eles, a concepção de Zaratustra deu-se por ato divino.
Seu anjo tutelar se incorporou à seiva da planta "haoma" o esta seiva passou para um sacerdote enquanto sacrificava no templo. Neste mesmo instante, um raio da glória divina entrou no seio de uma virgem de alta linhagem e o anjo, aprisionado pelo sacerdote, encarnou-se no raio assimilado pela virgem, e foi concebido Zaratustra.
Seu grande amor pela sabedoria e pela justiça fê-lo refugiar-se no deserto onde se alimentava de queijos o frutas.
Ali foi tentado pelo diabo, mas sem resultado.
Ao fim de sua longa vida, foi consumido por um raio e subiu ao céu.
Quando Zaratustra chegou a esta Terra com sua grande sabedoria, encontrou o povo inteiramente entregue a adoração de Mitra, o deus do sul, de Analta, deusa da fertilidade e de Haoma, o deus-touro que deu seu sangue pela humanidade. Os primitivos arianos o veneravam embebedando-se com a erva "haoma".
Revoltou-se contra essas orgias dionisíacas, desaprovou os sacerdotes "magi" e, com vigor, como Isaías e Amós, seus contemporâneos, ditou ao mundo a crença em um deus único - Ahura-Mazda - o senhor da luz e do céu.
Possivelmente foi Dario I que proclamou o zoroastrismo a religião oficial do Estado, declarando guerra aos velhos cultos.
O Zoroastrismo apresentou-se sob a forma de um monoteísmo puro, com seu deus supremo AHURA-MAZDA, e todos os outros deuses venerados passaram a ser uma manifestação das qualidades dele, que seria assim a soma de todos eles.
Apesar da introdução de Arimã e dos maus espíritos, a fé continuou monoteísta pura, igualmente como o cristianismo que, não obstante a introdução do Satã, os diabos menores e anjos, continuou monoteísta.
Ahura-Mazda, o Senhor da Luz, colocou na mão de Zaratustra o livro AVESTA, o Livro da Ciência e da Sabedoria, mandando que o pregasse ao gênero humano.
Esse livro, por um erro do mundo ocidental, passou a chamar-se "Zend-Avesta".
Consta que os originais do Avesta ocupavam doze mil couros, constituindo-se numa obra incrivelmente volumosa.
No século III a.D. o Rei Persa Vologeso I ordenou um completo de tudo o que restava das muitas devastações sofridas durante o correr dos séculos.
Os livros foram divididos em cinco partes:
1) Os YASNA, 45 capítulos de liturgia sacerdotal e 27 capítulos com revelações e discursos do Profeta.
2) Os VIPERED, 24 capítulos adicionais de liturgia.
2) Os VENIDAD, 22 capítulos sobre teologia e moral.
3) Os YASHTS, salmos, cânticos, lendas e poesias.
4) Os KHORDAK, AVESTA, ou pequenos Avesta, orações diversas.
Assim como o Velho Testamento, o Avesta é um conjunto de livros ecléticos em que dominam a devoção e os princípios morais. Ambos são considerados inspirados.
AHURA MAZDA, o Senhor da Luz, o Senhor Supremo, foi assim que Zaratustra o concebeu. Sua grande obra foi conceber o Deus único, como Supremo em relação a todas as outras coisas e seres existentes, quer acima como abaixo da terra.
Ahura-Mazda se vestia com a abóbada celeste, seu corpo era a Luz e a Glória Soberana, e o sol e a lua os seus olhos. Mas quando a religião se transferiu dos sacerdotes para os políticos, passou o Deus Supremo a ser considerado um rei de gigantesca majestade.
Criou o mundo em seis períodos (o do céu, o da água, o da terra, o das plantas, o dos animais e o do homem). Toda humanidade descendia de um casal primitivo. Mas no global, o mundo foi concebido em termos dualísticos, como campo de luta entre o bem e o mal, entre Ahura-Mazda e Arimã, num conflito cíclico de 12.000 anos.
O que leva à vida eterna são as virtudes, e estas, por excelência, são a pureza e a honestidade.
Zaratustra dava a vida comum do homem um significado e uma dignidade que não encontraria igual em qualquer organização religiosa dos séculos vindouros. Para ele os homens podiam escolher livremente entre o caminho da luz e o caminho da mentira.
Dessa concepção básica energia um princípio moral que tinha como centro a Regra de Ouro: "Não façais aos outros o que não quiseres que vos façam". O dever principal do homem, diz o AVESTA, é fazer do inimigo um amigo, do iníquo um justo e do ignorante um sábio. Os persas, segundo o historiador Heródoto, se consideravam os homens por excelência.
Não toleravam templos, nem ídolos, e os altares eram erigidos no alto dos montes, palácios, ou no centro das cidades.
O persa que levava vida piedosa e justa encarava a morte sem temor, mas para isso teria que ter sido um fiel guerreiro de Ahura-Mazda.

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